PrEP: A combinação de medicamentos é um novo método de se proteger contra o vírus do HIV

Medicamento Truvada (Foto: Divulgação)

O vírus do HIV foi descoberto em 1981, mais de 5 décadas depois de seu surgimento. O HIV ficou restrito a pequenos grupos e tribos da África Central até as décadas de 60 e 70, e durante as guerras de independência, quando mercenários adentraram o continente que o vírus começou a ser espalhado, outro meio de transmissão foi o fato de Haitianos terem sidos levados para trabalhar no antigo Congo Belga (hoje República Dominicana do Congo) e então o vírus começou a ser espalhado por outros países.

Segundo pesquisadores, as pessoas não sabiam do que se tratava os sintomas do HIV, “Entre 1960 e 1980 surgiram diversos casos de doenças que ninguém sabia explicar, com os pacientes geralmente apresentando sarcoma de Kaposi, um tipo de câncer, e pneumonia”, diz a epidemiologista Cássia Buchalla, da Universidade de São Paulo (USP).

Hoje em dia, mais de 30 anos após a descoberta da pandemia, ainda não há uma cura, ou meio de prevenção que seja 100% eficaz. A camisinha é uma das maiores armas contra o HIV e outras IST’s, mas em 2018 chegou ao ao Sistema Único de Saúde a PrEP.

A PrEP ao HIV é a combinação dos dois medicamentos (tenofovir + emtricitabina) impedem do seu organismo contrair o vírus do HIV. Qualquer pessoa poder aderir ao uso da combinação, mas a PrEP é principalmente indicada para pessoas de maior vulnerabilidade para infecção, como transexuais, profissionais do sexo, homens que fazem sexo com homens e casais em que um dos parceiros é soropositivo.

Casal homoafetivo: (Foto: Juliana Sonsin)

Aderir ao tratamento não significa abandonar o uso do preservativo, os médicos que trabalham com o tratamento do PrEP sempre aconselham aos seus pacientes a fazer o uso da camisinha em todas as relações sexuais, sendo assim, o tratamento é mais uma forma de se prevenir do HIV.

As pessoas resolvem aderir ao tratamento por se sentir inseguros em suas relações sexuais, é o caso do professor Gian Pessoa, 26 anos, que através de redes sociais ficou sabendo do medicamento e resolveu se informar a respeito, “Eu aderir ao tratamento porque existe um grande temor entre os jovens homossexuais em contrair o vírus do HIV, e eu era um desses jovens”, Gian relatou a mudança que aconteceu em suas relações sexuais a partir do  momento que começou a fazer o uso da PrEP, “Antes da PrEP, eu me sentia muito nervoso e ficava paranóico em relação ao vírus, então agora me sinto mais tranquilo e mais seguro durante minhas relações sexuais”.

O medo de contrair o vírus do HIV entre alguns jovens gays é uma realidade, mesmo usando preservativo, os jovens não se sentem 100% protegidos e a PrEP ainda não é tão conhecida, dessa forma gera uma certa desconfiança das pessoas que pretendem aderir ao tratamento. Victor Soares, 23 anos, conta sobre suas desconfianças quanto a combinação “Estou analisando a possibilidade de iniciar o uso da PrEP, mas não confio no tratamento por completo, já li um pouco sobre, e há efeitos colaterais e se tais efeitos causarem danos irreversíveis?, qual a taxa de eficácia da combinação?”.

A infectologista Cristiane Cobal fala a importância do seu uso e responde às dúvidas frequentes, “A PrEP é exclusiva para combater o vírus do HIV, ela tem em média 88% de eficácia e os efeitos colaterais podem ser reversíveis. As pessoas pensam que a agora que temos tratamento a doença amenizou, mas o vírus do HIV não é simples assim, é preciso ter cuidado”.

O indivíduo que deseja aderir ao tratamento passa por uma série de exames, tanto sanguíneo quanto psicológicos, e após isso, se tudo estiver correto, inicia-se o tratamento e continua fazendo exames e tendo conversas sobre sua vida sexual em cada vez que for se consultar e estiver inserido no tratamento.

Os pacientes que estão inseridos no tratamento, pacientes são sempre aconselhado pelos especialistas a usar camisinha em todas as relações, a PrEP é apenas mais uma proteção contra o HIV, então todas as formas de proteção são aconselháveis.

Autor: João Ygor Farias Ferreira

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